Corinthians 'ignora' vantagem em treino e reencontra a realidade

O Corinthians está de volta à realidade. Se havia algum jogador contagiado pela euforia dos bons resultados na pré-temporada, a estreia no Paulista já bastou para reforçar o que Mano Menezes cansou de repetir: apenas as partidas oficiais dão o verdadeiro parâmetro do futebol. O suado empate por 2 a 2 com o Barueri nesta quinta-feira, no Pacaembu, mostrou que o time ainda tem um longo caminho a percorrer.

Dos grandes, o Corinthians foi o clube que mais teve tempo para se preparar para o Estadual. Foram cinco dias de treinos no Parque São Jorge e outros 20 em Itu. Mas o longo período não foi suficiente para que o time começasse com o pé direito.

"Mesmo voltando antes, uma coisa é você estar treinando, outra jogando. Vamos ter que melhorar para enfrentar o Bragantino. A gente sabia que ia vir dificuldade, ainda mais contra uma equipe qualificada como o Barueri, que conquistou o acesso no Brasileiro. Mas a equipe apresentou um futebol muito abaixo do que pode apresentar. Falta muito ainda para chegar onde o Mano quer", avaliou o goleiro Felipe.

E se não fossem os gols de Chicão e Jorge Henrique no final do segundo tempo, o resultado seria desastroso. "O Paulista começou difícil como sempre e, provavelmente, vai ser ainda mais difícil. O que aconteceu hoje foi uma prova disso", analisou Mano, que vê a equipe acumular seu primeiro tropeço da temporada.

Durante a preparação, o Corinthians venceu dois jogos-treino em Itu, superando Barbarense e São José, e fechou o ciclo com uma goleada por 5 a 1 sobre o Estudiantes no Pacaembu, empolgando a torcida. Cinco dias depois, contudo, o Barueri trouxe a equipe ao "mundo real".

"É diferente você jogar um amistoso e uma partida valendo três pontos. Ainda vai demorar um pouco para o time readquirir seu ritmo ideal de competição. Nossa equipe sofreu o mesmo que as demais sofrem em início de campeonato, sempre há mais dificuldades", emendou Mano.

Por outro lado, a forma como a igualdade aconteceu amenizou o baixo rendimento do time. Os gols nos últimos minutos incendiaram a torcida e deixaram uma boa impressão final. Se os fiéis corintianos deixaram o estádio cantando após o sofrido empate, os jogadores reforçaram tal sentimento com um discurso positivo.

"Eu sabia que se a gente fizesse o primeiro gol a torcida ia inflamar. Tem dia que não dá na técnica, mas tem que dar na vontade", comentou Felipe. "O empate não é o resultado que todos queriam, mas é o que deu para conseguir", complementou o capitão William.

Fonte: Alexandre Sinato em São Paulo (Uol Esporte)